Quantas vezes você já pensou: “Eu não sou boa o bastante”, mesmo depois de uma conquista importante? Ou sentiu que foi sorte, que alguém vai descobrir que você “não é tudo isso”? Essa sensação silenciosa e constante de inadequação tem nome: Síndrome da Impostora — e atinge, principalmente, mulheres em todo o mundo.
O termo descreve um padrão psicológico em que a pessoa duvida constantemente de suas conquistas e vive com o medo de ser desmascarada como uma fraude, mesmo quando há provas claras de sua competência. É como se, no fundo, nenhuma vitória fosse realmente sua — e a autossabotagem se disfarça de humildade, perfeccionismo e comparação.
Essa síndrome não escolhe cenário. Atinge mães, estudantes, empresárias, profissionais de saúde, artistas, executivas. Mulheres que, mesmo sendo brilhantes no que fazem, vivem presas na crença de que estão sempre aquém. E sabe o que torna tudo isso ainda mais difícil? O silêncio. Muitas carregam esse sentimento sozinhas, acreditando que são as únicas.
Mas há um caminho de saída. E ele começa com o reconhecimento.
3 passos para começar a romper com a Síndrome da Impostora:
Nomeie o que sente e compartilhe com alguém de confiança
Quando você diz em voz alta “estou me sentindo uma fraude”, algo poderoso acontece: o sentimento perde força. A vergonha diminui quando é acolhida. Se puder, converse com uma amiga, mentor(a) ou terapeuta. O simples ato de compartilhar abre espaço para novas perspectivas.
Documente suas conquistas — até as pequenas
Mantenha um “diário de realizações”. Escreva cada passo vencido, cada feedback positivo, cada meta atingida. Voltar a esse registro nos momentos de dúvida pode ser um antídoto contra a distorção interna. Sua história é feita de méritos reais, e ela precisa ser reconhecida por você.
Abrace o progresso, não a perfeição
A mulher que se cobra demais, que quer acertar em tudo, é a mesma que se culpa quando algo dá errado. Mas perfeição não é parâmetro de sucesso — é prisão. Permita-se aprender, errar, crescer. O processo é mais verdadeiro do que a performance.
Você não precisa carregar esse peso sozinha. A Síndrome da Impostora não define quem você é, e sim o que você sente — e sentimentos podem ser acolhidos, compreendidos e transformados. Quando você aprende a reconhecer seu valor por quem é, e não apenas pelo que entrega, um novo ciclo começa.
Se este texto fez sentido para você, saiba: você merece ser reconhecida — por você mesma, em primeiro lugar.
Por Cristiana Lima, Psicóloga Clínica